Dr. Alexandre Aurélio
Data: 16/09/2019
A dermatite estase, também conhecida como eczema de estase é uma condição crônica caracterizada pela inflamação, descamação, mudança de cor da pele e danos às veias sanguíneas, principalmente nos membros inferiores, sendo bastante comum na região dos tornozelos, devido à dificuldade do retorno do sangue ao coração, mas podendo subir até os joelhos.
As pessoas que apresentam essa condição são aquelas que têm insuficiência venosa crônica nos membros inferiores do corpo, ou seja, lesões nas veias que impedem o sangue de fluir normalmente, muitas também já possuem a presença de varizes e/ou edemas.
Os primeiros sinais da dermatite estase, além da ocorrência das veias dilatadas, são a vermelhidão da pele, a descamação, coceira e em alguns casos o rompimento da pele dando origem a uma ferida, conhecida como úlcera. A incidência é maior entre pessoas com mais de 50 anos, sendo a maioria mulheres, e causando desconforto, sensibilidade na região e dores quando possuem presença de úlceras.
O diagnostico sempre deve ser realizado por um médico especialista, o mais rápido possível para evitar complicações, observando a insuficiência venosa crônica, as alterações cutâneas e através de exames como a ultrassonografia.
O tratamento primeiramente é voltado para normalizar a circulação sanguínea (insuficiência venosa) e diminuir o acúmulo de sangue nas pernas. Algumas recomendações feitas pelos médicos são a utilização das meias elásticas de compressão, com prescrição médica para que seu uso seja apropriado, evitar permanecer por muito tempo em uma só posição e fazer compressas úmidas. O uso de antibióticos orais e até mesmo pomadas para alívio do desconforto e coceira da região, devem somente ser utilizadas sob orientação médica. Além disso, deve-se tomar cuidado dobrado com as feriadas abertas para que não resultem em infecções.
Quando a condição da dermatite estase está avançada com a presença de úlceras maiores que são bastante doloridas, é recomendado utilizar, com a orientação do médico especialista, curativos especiais, como os de hidrogel, que absorvem a umidade. Também devem ser considerados a possibilidade de realizar enxertos de pele para cobrir úlceras grandes e a utilização da bota de pasta Unna, que ajudará a proteger o local e reduzir o inchaço, que é condição básica para a cicatrização.
A dermatite estase não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento certo e o acompanhamento médico. A melhora da enfermidade depende de cada caso, sendo diferente a resposta de cada paciente aos tratamentos. As melhores formas de prevenção são a hidratação da pele (não deixando a pele ressecar), boa alimentação, prática de exercícios físicos e o acompanhamento frequente com um médico angiologista.